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domingo, 18 de maio de 2014

Sobre Perguntas

perguntas

É fato que eu gosto muito mais de fazer perguntas do que de respondê-las. Não tenho a menor ideia de como conversar sem fazer perguntas. Na verdade, isto para mim não existe. Na minha opinião, se não há perguntas, não há interesse.

Muitas pessoas reclamam de meus interrogatórios durante meus raros diálogos mais aprofundados. Acho que pergunto tanto que acabo deixando as pessoas desconfortáveis. Eis aí, um dos possíveis motivos pelos quais eu ainda não tenha uma namorada ou de não ter amigos, gente para conversar.

Sempre me reclamam que eu pergunto muito. O que eu posso dizer sobre isso é que não sei conversar sem fazer perguntas. Alguns comentam sobre o tempo, outros sobre futebol; eu começo o papo fazendo uma pergunta.

Da mesma forma que me dou a liberdade de perguntar, dou aos outros a liberdade de também me questionarem – “Me pergunte algo!”.

Ninguém nunca me perguntou com sinceridade “Por que você faz tantas perguntas?”, ou seja, por querer mesmo saber a resposta. No entanto, esta pergunta sempre vem como tentativa de repreensão. Pois bem, devo assumir que funciona. Em 90% das vezes é o suficiente para me intimidar.

Sendo assim, a opção para meus questionamentos é me calar. Sem perguntas, não tenho o que dizer. Se não posso saciar minha curiosidade com a boca, tento fazer isso com os olhos – quieto que é para prestar mais atenção. No entanto, se sou proibido de conhecer alguém através de perguntas, logo perco o interesse. Não tenho paciência de esperar que os outros digam o que quero ouvir na hora que eles bem quiserem porque esta hora pode ser daqui a pouco ou daqui a séculos.

Sou curioso. Pergunto demais para saber mais sobre o assunto ou sobre determinada pessoa. Se as respostas forem interessantes, me envolvo cada vez mais, porém, se não forem o que eu esperava, dou a pesquisa por encerrada e começo tudo de novo com algo que talvez venha a ser mais atraente.

Chamem de interrogatório ou de entrevistas. Faço isso e acho que sempre farei. Pergunto para saber o que preciso, ou seja, para saber se os outros são tão malucos quanto eu. Pergunto e comparo as respostas dos outros com as minhas. Perguntando eu posso saber mais sobre a outra pessoa e assim me armar mais facilmente para o caso de uma futura briga. Sendo assim, eu acho que este é o medo da maioria dos meus entrevistados.

Acho chato pra cacete quando alguém chega para mim e começa a contar histórias que eu não quero saber. Isso é maçante. Me dá vontade de morrer. Se eu não perguntei para que me fazer ouvir? Da mesma forma que os outros se incomodam com minhas perguntas, eles também me incomodam com seus espontâneos comentários modorrentos (que depois viram contos, novelas e, enfim, um romance). Tanto é que eu tenho um dispositivo que finge ouvir as pessoas quando na verdade as palavras estão entrando por um ouvido e saindo pelo outro. Aí, quando ouço alguma parte interessante, paro e pergunto; faço a pessoa repetir. Se eu pergunto, quero saber. Se não pergunto, é bem provável que eu não queira.

O que me incomoda mais é que as pessoas não fazem o mesmo comigo. Ninguém me pergunta nada! Se não me perguntam da minha vida chego à conclusão de que não estão interessadas em mim. Muitas vezes isto me deixa triste!

Eduardo Franciskolwisk

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