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quinta-feira, 29 de março de 2018

Felicidade Inocente




Algumas vezes, ao observar crianças e animais, me lembro de algo que já não tenho mais há muito tempo: a felicidade inocente. E quando digo inocente, quero dizer genuína. É aquela felicidade tão verdadeira que, querendo ou não, contagia quem está perto. Quem está por perto sorri com os lábios e também com o coração.

A felicidade inocente é aquela felicidade onde acreditamos que tudo, tudo mesmo, é possível. É aquela felicidade que não se importa com o que aconteceu no passado, nem com o que acontecerá no futuro, só se importa com o agora. Não existe dinheiro, obrigações, medos ou distinções. Não há ansiedades, nem mágoas mal resolvidas. O importante é ser feliz intensamente hoje com o que se tem.

Recentemente, detectei esta felicidade em uma criança e em um cachorro. E me peguei observando e pensando sobre ela. E me perguntei: quando foi que a minha felicidade inocente terminou?

Não sei a resposta, mas desconfio que ela não tenha acabado de repente, de uma hora para outra. Foi algo que aconteceu aos poucos durante muitos anos. Acontecimentos e pessoas vão podando nossos desejos, sonhos e inocência; e quando percebemos já não somos mais felizes inconsequentemente, como deveríamos ser. Depois que a felicidade inocente morre, passamos a ter cotas mínimas de felicidade. No meu caso, estas cotas estão cada vez menores.

Depois de pensar em mim, voltei a pensar na criança e no cachorro. Fiquei imaginando coisas como: quando a felicidade inocente deles morrerá? Eu farei parte disso? Quem dará o golpe final? Ou esta felicidade deles nunca morrerá porque isto seria uma decisão pessoal de cada um?

Vi uma criança brincando e dando risadas sinceras que vieram do fundo da alma. Vi nas entrelinhas de seu comportamento sua vontade de conquistar o mundo fazendo o que se gosta. Realizar tudo o que se deseja é possível.

Vi um cachorro feliz, tão feliz que não conseguia segurar o remelexo de seu corpo tamanha a alegria de ter encontrado um amigo. Vi diversas vezes ele abanando o rabo porque brincava com uma bolinha ou porque soube que ia passear.

Nestas horas sinto a felicidade sincera. E quem sente uma felicidade tão pura assim nos outros, acaba que por se sentir feliz também, mesmo que seja por pouco tempo. Depois, voltamos ao normal e lembramos que a felicidade inocente da nossa alma não existe mais. Dói um pouco, mas este lapso de felicidade é melhor do que nada.

Eduardo Franciskolwisk

P.S.: Quem quiser e se sentir confortável, deixe nos comentários relatos de momentos da sua vida nos quais você acha que sua a felicidade inocente morreu um pouquinho.

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